Surf Trip Açores 2012
Uma odisseia nos Açores
Após uma primeira trip à Marrocos em Outubro de
2011, a “trupi“ da Future pousou nos Açores para uma semana de puro surf e
amizade, desta vez com mais integrantes da “família”, com a excepção do Ricardo
que, recentemente, foi submetido a uma cirurgia.
Eu, Guga, que passo a contar a história, Carlos Barão,
Mauro Motty, o responsável por registar tudo, Paulo Almeida, António Silveira,
José Montez, António Dionísio, as meninas Nádia “Cachuxa” Reis e Patrícia “Tisha”
Fava e Francisco Duarte, “the guest”.
Já na chegada, no Aeroporto de Ponta Delgada, a
brincadeira começou “tarde”!
- Oi ?! Alguém vai ficar mais que uma
semana na ilha ou estão contando voltar com uma vaca na bagagem ?? Tal eram o
tamanho das malas trazidas… Resultado: Teve mala até no banco da frente do
carro.
- Ora! Não tem lugar para todos aqui dentro do
carro! Alguém vai ter de ir no colo, sem mencionar o nome do sortudo… Dessa
maneira chegámos na Quinta Santana, um aparthotel muito “ show “, tranquilo e
rodeado de jardim.
Malas largadas nos apartamentos, fomos logo
conferir o Rabo de Peixe, pico referência de São Miguel, onde quebra uma
esquerda bem perto das pedras e que não dá espaço a muitos erros para os mais
inexperientes.
Entramos para conferir de perto a onda, no pico havia
apenas dois surfistas, entrámos todos de uma só vez, o ar de poucos amigos dos
locais era bem visível, compreensível porque éramos só mais nove! Uns no pico,
outros mais em baixo, íamos surfando até que ouvi uns gritos… Olhei bem e vi
uma prancha a rolar nas pedras e alguém a nadar, era o António Silveira, que
partindo o leash, perdera a prancha. Ele que mais tarde iria partir outro
leash, ssafou-se bem e conseguiu sair pelas pedras e agarrar sua prancha.
Apesar de tudo, a prancha só partiu duas quilhas e um pouco do nose. Menino de
sorte!
Com o swell a cair, já não davam ondas no Rabo de
Peixe, fomos ao Areal ver Ribeira Grande, a praia onde fazem o WQS, lá estava
enorme! Encontrámos lá, o Ricardo Xolim, treinador no Clube Naval de Ponta
Delgada, ele que iria nos levar a conhecer alguns picos a partir daqui.
Então fomos ver o outro lado da ilha, em 20 minutos
estávamos no lado sul, em São Roque, ondas menores, porém, bem convidativas, se
não fossem as caravelas portuguesas por todos os lados. Bem! Tantas! Isto
traz-me más recordações, pois já tinha sido apanhado por um bicho destes no
passado. Ainda tínhamos toda a semana pela frente e decidimos não correr o
risco, então aproveitando o caminho, fomos ver aquela que é paragem obrigatória
na ilha, a Lagoa do Fogo, onde o visual é lindíssimo!
No dia seguinte estávamos bem cedo no Areal, ondas
e correntes igualmente fortes, uma remada que até saltava a tampa! Muita
adrenalina para alguns…! Eu estava a filmar, quando vi alguém a nadar só com um
pedaço da prancha, era o António Dionísio que saía da água com o leash ainda
amarrado na perna, completamente desolado, pois ele sonhara com isso ainda em
Portugal.
Tanto que sonhou…
É a maldição dos “Antónios”! Ainda bem que não
havia mais nenhum António na “trupi”…
Desta vez, o Xolim nos levou a Praia de Santa Iria,
onde seria a nossa próxima caída, um pico quase secreto, porque era bem
escondido, tínhamos cerca de 1,5km de trilha para descer montanha e andar por
cima de pedras.
A Cachuxa, um pouco mais desatenta, depois de enterrar-se
na lama, só queixava-se:
– Eu não
venho mais aqui, eu não venho mais!
As Ondas estavam menores, mas bem divertidas… Boas para
dar descanso aos braços, pois lá não se remava tanto como no Areal. O pior seria
a volta, depois de uma surfada, voltar a caminhar e subir aquilo tudo
novamente.
- Eu não
venho mais aqui, eu não venho mais!
Mais um dia, e fomos ver, outra vez, São
Roque no lado sul, aquela praia das caravelas, mas, desta vez sem elas, depois
de mais uma surfada decidimos “ bizoiá “ mais uma paragem obrigatória, a Lagoa
das Sete Cidades, igualmente lindíssima!
Com o swell voltando a subir no lado norte, mas não
o suficiente para dar Rabo de Peixe, só restava uma opção. Quem daria a notícia?
– Cachuxa! Amanhã é Santa Iria, prepara as “boots” da lama!
Bem, depois de tanto surf, tínhamos de comer qualquer
coisa. Cozinhávamos sempre em casa a noite, e enquanto uma equipa tratava do
jantar, outra limpava tudo no fim. Havia sempre aquele que parecia fazer menos
que outros, e então as bocas começavam a surgir. Um resmungava de um lado,
outro fazia beicinho, outro torcia o narigão… A verdade é que ninguém morreu a
fome e no fim, deu tudo certo.
Nada fácil manter as coisas como planeadas com uma
equipa de 10 pessoas. É um que se atrasa porque ainda está a comer, outro já
comeu e agora ocupa o vaso, outro não sei o que… Uff ! É osso!!! Para alem
disso, tínhamos de gerir o fato de estarmos em dois carros com lotação máxima a
chegar nos picos, por isso, acordávamos sempre cedinho para surfar antes dos
locais.
Ultimo dia de surf, e mais uma vez, cedinho estávamos
conferindo mais uma onda até aqui ainda não surfada. O pico das piscinas, que só
quebra quando o mar está menor. Beleza! Meio metro com sets maiores, quebrando
para os dois lados, já quase no fim da surfada, eis que chegam três locais
manhosos.